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25 de Abril de 2024

Antropóloga diz que no Brasil 10 mil crianças são vítimas do vírus zica.

há 8 anos

Antroploga diz que no Brasil 10 mil crianas so vtimas do vrus zica

A antropóloga Débora Diniz, professora da Universidade de Brasília (UNB) e pesquisadora da área de saúde, afirmou existir uma epidemia do zica no Brasil, onde, pelo menos, estão identificadas 10 mil crianças com complicações originárias do vírus. Os primeiros casos de transmissão da doença surgiram em 2014 no Nordeste, precisamente na Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. Além disso, há o fato de que as maiores vítimas são mulheres e crianças de baixa renda.

O alerta foi dado nesta sexta-feira, dia 14, no debate “Zica: do Sertão Nordestino à Ameaça Global”, promovido pelo Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero, da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj). Autora do livro homônimo ao título da palestra, a professora Débora Diniz narrou a trajetória da doença, as dificuldades encontradas pelas mães das crianças afetadas, por falta de apoio material e financeiro. Para a professora, o maior dano causado às vítimas e a um efetivo combate à transmissão do vírus tem sido o silêncio dos responsáveis pelas ações na área da saúde pública e, inclusive, da imprensa por deixar o assunto fora de pauta do noticiário.

Inicialmente, mulheres grávidas procuraram os hospitais relatando uma “alergia”, que as deixava com manchas avermelhadas na pele, febre ou dores no corpo. Meses depois, os médicos constataram o nascimento de bebês com microcefalia. A conexão da microcefalia com os sintomas da infecção pelo Zica foi estabelecida pelos médicos, inclusive em consultórios particulares. O vírus tem múltiplas formas de transmissão, entre elas a picada do mosquito Aedes Aegypti, por sangue ou por relação sexual. O feto é infectado pela capacidade do vírus atravessar a placenta durante a gestação. A infecção também é associada à síndrome de Guillain-Barré.

Débora Diniz disse que os responsáveis pela saúde pública somente têm minimizado os efeitos da doença, evitando admitir um cenário epidêmico. A professora destacou a falta de transporte para que as mães levem os filhos para tratamento, a ameaça de redução no valor do BPC - benefício assistencial ao idoso e à pessoa com deficiência, e também uma política de distribuição de repelentes para uso das gestantes.

A juíza auxiliar da Presidência Adriana Ramos de Mello destacou a vitimização da mulher pela doença. A causa está na maior exposição ao vírus, por falta de assistência e condição econômica. Lembrou que a criança precisará de cuidado integral durante toda a vida, resultando na impossibilidade dela de trabalhar. Essa fragilidade se torna maior quando ela fica desamparada com o abandono do marido. Presidente do Fórum na Emerj, Adriana Mello apontou que escolheu o tema por ser importante para o debate da violência contra a mulher.

Já a socióloga Jaqueline Pitanguy, presidente da organização não-governamental Cepia, defendeu o direito das mulheres, entre eles a autonomia pela reprodução. Para Jaqueline, a mulher deve ter a opção pelo aborto, sem ser criminalizada. Ela lembrou que, em situações epidêmicas ocorridas anteriormente, o Brasil já se comprometeu em revisar a lei contra o aborto.

A juíza Maria Aglaé Tedesco Vilardo, que também compunha o grupo de debates, defendeu a via judicial para que as mulheres possam garantir os seus direitos. Ela citou leis e convenções que oferecem esta garantia à mulher e às crianças, entre elas o ECA e o Marco Legal da Primeira Infância.

  • Sobre o autor" A palavra é o instrumento irresistível da conquista da liberdade" Ruy Barbosa.
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